Novela I Love paraisópolis aborda o tema racismo
Imagem: Reprodução Tv Globo
A novela “I Love
Paraisópolis” chamou a atenção nos capítulos de terça e quarta-feira ao
abordar de forma corajosa e real a questão do racismo no Brasil. Tudo
começou no capítulo de terça-feira, quando a vilã Soraya, vivida por
Leticia Spiller, ofendeu sua terapeuta, Patricia interpretada por Lucy
Ramos, em um restaurante ao dizer: “Tinha que ser preta”, após ser
rejeitada por ela.
Na companhia do
namorado, Lindomar (Gil Coelho), a psicóloga pediu a Soraya que
repetisse a ofensa, no que foi atendida. A vilã, então, foi presa por
injúria racial e saiu algemada do restaurante.
No capítulo de
ontem, quarta-feira a vilã foi condenada por quase todos os demais
personagens da história. Seu marido, Gabo (Henri Castelli), tentou – sem
sucesso – subornar Patricia e Lindomar, para que retirassem a queixa e
mudassem o depoimento contra Soraya.
Izabelita vivida
por Nicete Bruno, mãe da vilã, fez um discurso forte e emocionante
contra o racismo. Depois de dar um tapa na cara da filha, ela disse:
“Você jogou na sarjeta toda a educação que eu e seu pai lutamos tanto
para dar a você. Você é totalmente desumana, Soraya, incapaz de entender
que todas as pessoas são iguais”.
Durante uma conversa da personagem Margot
(Maria Casa Devall), Patrícia diz que Soraya é apenas uma perua
descontrolada e que pensa em retirar a queixa por que se pergunta se
valerá a pena levar o processo adiante. E ouve da amiga um discurso que é
digno de aplausos: Isso é muita coisa Patri, você sabe como é esse
país, uma terra sem lei, um antro de corruptos sim, por que um país onde
só tem acesso a educação e saúde são os ricos. Não! Os ricos e os
brancos, por que sim, o Brasil foi o último país das américas da
conceder a abolição da escravatura e eu te pergunto: que abolição foi
essa, se os negros até hoje são tratados da pior fora possível? Quantos
jovens negros são mortos todos os dias você sabe? A gente vive sim em
uma sociedade hipócrita onde ninguém é racista, eu não sou racista,
agora deixa o menino negro parar em frente a uma loja da Oscar Freire
para você ver se ele não vai ser tratado como um trombadinha ou de forma
diferente e eu te pergunto: até quando Patrícia?
Fiquei até surpresa ao ligar a tv e perceber que a novela abordava o tema racial e inclusive destinava a personagem mais rica , chique e diga-se de passagem umas das atrizes mais lindas e branquissimas da rede Globo, Leticia Spiller, condenada a serviços comunitários acaba varrendo as ruas de Paraisópolis. muito interessante, a ficção reflete a realidade ou será que ainda está n a verdade incentivando o racismo? E será que realmente uma mulher rica e poderosa seria condenada a varrer ruas no Brasil? Òtimo debate para ser levantado dentro e fora de salas de aula.
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