segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Desigualdade social caiu, mas desigualdade racial persiste

Embora muitos insistam em afirmar que não existe racismo no Brasil, verifica-se que este se faz presente de forma velada, muitas vezes escondido por trás de piadas, músicas e programas de televisão. No entanto essas perspectivas do racismo ainda são insuficientes para se pensar a dimensão e gravidade do problema racial no Brasil. A desigualdade no Brasil é essencialmente marcada por pobres negros e ricos brancos. Observa-se que a população negra é aquela que concentra os menores índices de escolaridade e aquela que acumula historicamente os piores postos de trabalho, implicando, com isso, baixa remuneração.

Baseado na atual definição governamental (Brasil Sem Miséria, Decreto 7492) de pobreza ou extrema pobreza (miséria ou indigência), estudo do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER) calculou a evolução da proporção de pobres e extremamente pobres da população residente no Brasil segundo os grupos de cor ou raça. Os indicadores foram tabulados a partir dos microdados da PNAD entre os anos de 2003 e de 2013.

Segundo o estudo, no ano de 2003, 10,7% da população brasileira (cerca de 18,5 milhões de pessoas) encontrava-se abaixo da linha da extrema pobreza. Dez anos depois, em 2013, a proporção de extremamente pobres era de 4,9% (por volta de 9,4 milhões de pessoas).
Em 2013, em todo o Brasil, o peso relativo da população preta & parda abaixo da linha da extrema pobreza era de 69%. Em 2003, dez anos antes, o mesmo percentual era de 69,3%. Já os brancos representavam 29,4% do total de extremamente pobres, em 2013; e 30,2%, em 2003. No caso da população abaixo da linha de pobreza, o peso dos pretos & pardos se elevou na última década, como mostra o gráfico abaixo.

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