quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Literatura Infanto Juvenil X Preconceito

Sabemos que o racismo ainda é algo muito presente na sociedade atual. O povo negro ainda é bastante discriminado. Devemos ter em mente que, diante deste quadro, a sala de aula não é um território neutro. Ainda que os profissionais de uma escola se preocupem em tratar todos da mesma maneira, a discriminação ainda se faz presente. É só refletirmos sobre os livros utilizados na escola. Qual deles mostra famílias negras felizes e bem sucedidas? Quantos príncipes, princesas, reis e rainhas são negros? Quantos heróis negros são retratados na literatura? Qual o significado de ser despertado para o prazer da leitura sem ver personagens com uma cor semelhante a sua sendo representados de forma positiva nas páginas de um livro?
Sentimentos de inferioridade e auto-rejeição são as conseqüências mais comuns na auto-estima de quem não se reconhece nas histórias contadas na escola. Muitos alunos passam a se enxergar com uma cor que não é a sua por quererem ser aceitos pelo grupo e pela sociedade. Para superar essas dificuldades é necessário se repensar o currículo escolar. Já que as histórias consagradas do mundo de faz-de-conta são de origem européia, é necessário trabalhar, além delas, lendas e histórias de outros povos como os africanos, os orientais, os indígenas...
Seguem algumas sugestões de materiais que podem ser trabalhados com alunos desde a educação infantil, buscando que eles se reconheçam dentro das diferentes culturas.


*Este poema é parte do projeto Preticências e outras mirabolâncias, de Marcelo Serralva, que fala da identidade negra para crianças, de forma leve e lúdica. A ideia é que os poemas sejam compartilhados e usados em sala de aula sem restrições.

Com esse poema é possível iniciar um debate sobre a predominância de príncipes e princesas brancos na literatura. Além disso, é possível discutir o uso dos termos negro, preto, afro-brasileiro e afro-descendente, a fim de perceber que nenhum desse termos é pejorativo porém, o que pode torná-los ofensivos é a intencionalidade de quem os usa.


A Coleção As Aventuras de Luana tem como personagem principal uma menina de oito anos, capoeirista e que mora em Cafindé, vila fictícia remanescente de um quilombo. Sua turma de amigos é miscigenada, demonstrando claramente a intenção de não ser um projeto direcionado só às crianças negras, mas sim à todo o publico infantil. Com seu berimbau mágico, Luana se transporta para outras épocas e lugares, nos levando a descobertas inacreditáveis. Entre outras coisas, nos ensina o valor da nossa cultura e a importância das diferentes raças na formação do povo brasileiro. 


O livro de Daniel Munduruku, nos apresenta Kabá Darebu, um menino índio que conta, com sabedoria e poesia, o jeito de ser de sua gente, os Munduruku.


O livro traz uma fábula oriental que nos fala sobre ética e honestidade.

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